segunda-feira, 29 de abril de 2019

La Colle Noire, Dior


Adoro rosas, mas já provei tantos perfumes com a flor que sempre espero algo a mais na forma como esse aroma é trabalhado. Seja uma nota diferente, um aspecto novo, ou a somatória de tudo isso. O que eu quero dizer é que algo feito diversas vezes na perfumaria precisa ter alguma novidade pra me despertar alguma emoção. Mas um perfume da linha exclusiva da Dior, que custa um par de rins, irmão do fantástico Fève Delicieuse, tem a obrigação de ser arrebatador. Ninguém merece pagar caro em perfume que não vale tudo isso.

Desculpa o textão. La Colle é ruim? Não. É mal feito? Não. É esquisito? Absolutamente não. É uma mistura de muitas faces. Delicado e ao mesmo tempo forte, atalcado, mas com nuances oleosas, um adocicado natural, suave, com toques ardidinhos. La Colle é assim, uma rosa bem natural, um pouco polvorosa, com gotas cítricas, certa leveza, dá pra usar de dia se não exagerar.

Infelizmente não senti o oud. Com a evolução, o pouco atalcado que ele tinha some, e a rosa fica mais doce, mais cremosa.


Para pessoas discretas, cheirosas, finas. Perfeito para assinatura olfativa, definitivamente clássico e atemporal. 

Mas nada especial pra uma linha exclusiva, rara e cara, entende? Se fosse mais acessível, seria outra história. A L'Occitane já tem uma linha aromas de rosas com qualidade semelhante que custa um terço disso.

Se você tiver condições, bola pra frente, que La Colle é lindo e tem ótima projeção. Foi adicionado à coleção em 2016.

Notas
Saída: limão verdadeiro ou siciliano.
Coração: especiarias, rosa de maio, cassis, lírio-do-vale, peônia, framboesa e pêssego.
Base: âmbar, almíscar branco, sândalo, heliotrópio e oud.

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