sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Anaïs Anaïs, Cacharel


Floral oitentista (ok, final dos anos 70) com todos aqueles quilos de flores brancas típicas da época, mas sem as mangas bufantes com ombreira e cores fortes, só um pouco de batom exagerado. Um pouco atalcado, juro que tem aldeído em algum lugar dele. Me traz à memória casas antigas que costumava visitar com minha avó, as roupas e as pessoas, mais antigas que o período em que foi criado. Definitivamente uma criação bonita, não é fácil de usar, é diurno e sério, porém não é fraco, dificilmente desagradará alguém se for bem dosado. Estreou a linha de perfumes da Cacharel em 1978.

Bastante floral, com uma quantidade absurda de notas pouco distintas, ênfase na tuberosa comum à época, mas ela não é a estrela absoluta, porque o Jacinto  do Anaïs Anaïs grita na pele. No geral é um perfume bem seco, com um pouco do verde e do cremoso do lírio, do talco da íris e cheiro forte, carnal e de plástico das flores brancas noturnas. E aqui, todas as fores brancas estão em sua forma mais indol. Com a evolução, se torna menos carnal e mais confortável, mais atalcado e suave.

Adoro a embalagem, a ideia de algo virginal e delicado, quando essas flores brancas não são exatamente delicadas, mas sexuais e selvagens, e contrastam com a pureza e limpeza do restante da composição, tornando-o mais equilibrado. Projeta bem e necessita de cautela.

Notas
Saída: flor de laranjeira, lavanda, gálbano, madressilva, jacinto, limão siciliano, bergamota, cassis e lírio branco.
Coração: jasmim marroquino, madressilva, cravo, tuberosa, Íris, lírio, raíz de orris, ylang-ylang, lírio-do-vale e rosa.
Base: couro, sândalo, âmbar, patchouli, almíscar, musgo de carvalho, vetiver, incenso e cedro.

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