Lily Essence é um complexo buquê branco, lançado em 2006 como Eau de Parfum. É encabeçado pelo lírio, obtido através da técnica de enfleurage, algo até então inédito na nossa perfumaria. Essa técnica totalmente artesanal, segundo o site da marca:
"[...] consiste na exposição de pétalas de flores a uma camada de gordura vegetal, que depois é lavada com álcool e filtrada, resultando em um óleo puro e 100% natural."
A versão que possuo e faço a resenha é a antiga, adquirida não muito tempo depois do lançamento, há quem diga que a atual, agora chamada apenas de Lily, sofreu reformulações que alteraram sua identidade original, bem como silagem e longevidade.
Apesar de possuir várias notas, nenhuma grita ou se sobressai além das flores brancas e da cremosidade do lírio. Porque aqui o lírio é bastante cremoso, aconchegante, quase um abraço. Captura bem o néctar doce das flores que atrai pássaros, logo seu doce é mais sutil e discreto. As frutas iniciais quase não se fazem presentes.
Além das flores, as folhagens também aparecem, e o sopro vindo do jardim denuncia o aspecto mais verde da gardênia e do jasmim, nada de agressivo ou carnal. Suas folhas também possuem algo metálico, até mesmo ardido, herbal, escondido no meio. Suspeito que a violeta seja a cupada pelo aspecto verde-metálico.
Passa sensação de conforto, limpeza, suavidade - mesmo não sendo suave na pele. Há uma faceta que, estranhamente, me passa a ideia de futurismo nele, provavelmente graças a seu aspecto macio e branco. Mas isso sou só eu viajando na maionese.
Sua concentração é tão alta que a textura é oleosa, demora mais a ser absorvida e permanece assim na pele por um tempo, aumentando a silagem. Pede moderação e seu desempenho é maior em climas mais frios.
Notas
Saída: pimenta rosa, tangerina, pêssego, pêra e damasco.
Coração: íris, lírio, gardênia, violeta, osmanthus, jasmim, rosa e narciso.
Base: sândalo, âmbar, patchouli, almíscar, musgo de carvalho, baunilha e vetiver.
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