segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Egeo Dolce, O Boticário


Há perfumes doces, gourmands, com cheiro do mais puro açúcar e confeito. E há o Egeo Dolce, de 2007, acima de tudo isso, rindo de qualquer pretensão de ser doce dos outros perfumes. Porque ele é destruidor de lares.

Como algo tão singelo pode ter um poder de projeção TÃO absurdo? Não sei. Não posso saber. O Boticário tá de parabéns por conseguir tal feito. E eu tô chorando por morrer de enxaqueca cada vez que alguém toma banho nele, de dia, no calor, em um espaço fechado. Apenas. Não. Façam. Isso.

Dito isso, preciso confessar que é um perfume bonito. Tem o cheiro mais literal de açúcar queimado, cristalizado, no fundo da panela possível. 


Caramelo em sua forma mais pura, com vários doces e pirulitos e balas e confeitos e glicose ao fundo. Mas esse mar de docinhos é só cenário para a estrela da noite, o açúcar queimado. É bem feito, sem pontas soltas, sem fases desconexas, sem notas perdidas no meio, ele é apenas brilhante, colorido, alegre, intenso, vivaz. É uma ode à felicidade exacerbada em um mundo cheio de energia.

Nem sempre minha enxaqueca perto dele foi assim, confesso que houve um tempo que eu gostava do dito cujo. Não sei em que ponto da minha vida isso mudou tão drasticamente. A lata que guarda o frasco, entretanto, é de uma belezinha só.

Se você gosta do bicho, por favor, use com cautela. Ele não brinca em serviço.

Notas
Saída: framboesa, notas doces e nectarina.
Coração: algodão-doce, anis, violeta e madressilva.
Base: almíscar, sândalo, âmbar, fava tonka e baunilha

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