Apesar da minha geração ter sido adolescente nos anos 2000, me lembro bem das adolescente dos anos 90. O frasco e a pessoa abarcam ambas as gerações e resumem um pouco do que era ser mocinha de 14 ou 15 anos nessas épocas, regadas a revista Capricho, Malhação e glitter no cabelo. Por isso o frasco é pura nostalgia pra mim.
Saída levemente adocicada pelo frutal, com suave cheiro de shampoo que as notas de lichia representam, mas predominantemente cítrica pelo kiwi recém descascado, verde, ácido. Tem algo de verde nele, sutil e breve. Folhas cítricas como folha de limão, ou seria o marmelo recém colhido, com toda sua acidez? A saída não denuncia o doce incisivo que vem pela frente. O osmanthus (ou raiz de orris) dá um tom empoadinho agradável.
Evolui aos poucos para um bolinho abaunilhado e açucarado de cupcake, sem abandonar o cítrico-verde do kiwi, que equilibra as notas doces. O chocolate branco, que dá as caras já no coração, não aparece em sua forma mais condizente com o cheiro real e puro, mas adoça a composição consideravelmente. A partir desse ponto, se torna bem mais doce, mais artificial, até chegar ao ápice, uma miríade de confeitos com altas doses de glicose, com algo amarguinho bem sutil lá no fundo, mais fechado, acredito que graças ao osmanthus. Embora seja muito doce, não é monótono.
A base não difere dos outros perfumes atuais, mas o doce artificial prossegue, mais ameno e domado. Nós não precisamos de mais do que isso para ficarmos felizes.
Grande acerto da Britney, foi lançado em 2005.
Notas
Saída: kiwi, lichia e marmelo.
Coração: chocolate branco, jasmim, orquídea e cupcake.
Base: almíscar, raíz de orris e notas amadeiradas.
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