segunda-feira, 22 de maio de 2017

Angel Eau de Toilette, Thierry Mugler


Às vezes me pergunto qual o ponto em resenhar algo já resenhado, usado e conhecido à exaustão, mas incrivelmente, sempre há uma ponta de curiosidade a ser desperta, em alguém, em algum lugar. Confesso que no caso do Angel, versão eau de toilette lançada em 2011, meu interesse foi tardio. 

É comum imaginarmos as versões EDT como fracas em relação às EDP, mas quando falamos do que foi o perfume mais doce e potente de sua época, Angel EDT não é nenhuma água em termos de projeção.

Patchouli é estrela, exibido, marcante, quase egocêntrico, já na entrada, todo canforado, te avisando quem vai agarrar todas aquelas notas doces e transformar em um perfume decente. 

E preciso dizer que, dentre todas as mil notas doces e tanto patchouli seco, quem me irrita é a nota de pimenta rosa na saída, áspera demais para o resto da composição. O chocolate (que também sinto aqui, herdado do EDP) traz um ar fechado e amargo que contrabalança a doçura. Isso torna a saída meio empoeirada, com um cheiro meio velho e amargo, que confere um tom exótico.

A baunilha vem depois de alguns minutos suavizar essa saída e amaciar a composição, quando ele realmente fica agradável. As bagas vermelhas são bem vermelhas, doces e pungentes. Os tons melífluos do EDP também estão presentes aqui.

É estranho dizer isso, mas não considero Angel um perfume tão doce. No mundo dos ultragourmands, ele não me intimida mais. Sua potência, entretanto, é boa.

Notas
Saída: bergamota e pimenta rosa.
Coração: bagas vermelhas e pralinê.
Base: almíscar, patchouli, cedro da virgínia e baunilha.

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