sexta-feira, 5 de maio de 2017

My Heroine, M.A.C.


Heroine é o segundo batom mais famoso da M.A.C., e uma das fragrâncias mais aguardadas por mim. A cor é linda, e merecia um perfume de presença. Ganhou, mas não é exatamente a expressividade esperada.

Couro ardido, couro amargo, couro animálico. Não gosto dessa nota normalmente, mas a de My Heroine não tem cheiro forte de cortume. Na verdade, o aroma não é ruim, chega a ser encorpado.

O problema são as outras notas. Não tem nada que dê a esse couro um aspecto agradável de perfume, um cheiro alegre, uma base que chegue a algum lugar. Nenhum, nadinha de nada, toque doce. By far é o perfume mais zero doce que já senti, o que parece quase impossível. Não há flores identificáveis. Notas de fundo quentes são inexistentes. Nem madeiras, nem mato. Quem segura as pontas é outra nota polêmica e que acho terrível: musgo de carvalho. 

O aroma de couro encontra uma borracharia. Ou uma banca de pesponto em que óleo lubrificante de máquina pinga nas tiras recém cortadas de couro. Sim, porque há um aspecto de borracha queimada, absolutamente industrial e oleoso nele. E no fundo de tudo isso, um aroma até agradável. O tal incenso surge no coração, quando ele melhora um pouco.


Queria muito ter gostado, talvez dê certo em peles masculinas. Até achei interessante a proposta, não é ruim. Mas não usaria isso para sair nunca. A saída dele não é o que eu quero que as pessoas sintam em mim. Muito menos ficar em casa sendo abraçada pelo cheiro. Parece que faltou algo para ele ser completo. Se eu quisesse cheirar a fábrica de sapatos ou borracharia, mais fácil trabalhar em uma, do que gastar R$259 em um frasco. Não dê blind de maneira alguma.

Notas
Saída: couro. 
Coração açafrão, ládano e incenso.
Base: patchouli, musgo de carvalho e tabaco.

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