segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Ange ou Démon, Givenchy


Ótimo nome para um perfume difícil que eu adoro. A dicotomia se dá pela baunilha quente, boazinha, docinha e sensual brigando com o açafrão picante, gelado, canforado, agressivo e áspero. Literalmente é possível sentir um tentando dominar o outro conforme evolui, e há algo bastante incensado no meio da baunilha. 

Também é dual pelo fato de ser um ame-ou-odeie. Dificilmente há meio termo. Mas não se engane com o nome: de angelical, só o frasco delicado. É uma das melhores bombas que já passaram por minha pele. Nunca, jamais, em hipótese alguma, considere dar mais que quatro borrifadas nele caso não seja inverno e esteja bem frio.

Quando o açafrão suaviza e a baunilha amacia, o almíscar toma conta da base até os últimos momentos dele na pele. As outras notas são meras coadjuvantes sufocadas pelas duas supracitadas. 

Claro, projeção pode variar muito conforme o clima, a pele, o nariz e o lugar, logo algumas pessoas reclamam que não sentem muita força nele.

Eu acho que ele é bravo. E morde! 


Foi lançado em 2006.

Notas 
Saída: tangerina, açafrão e tomilho.
Coração: lírio, orquídea e ylang ylang.
Base: fava tonka, baunilha, pau-brasil e musgo de carvalho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário