sábado, 20 de janeiro de 2018

Una, Natura


Apesar do preço mais elevado, do aroma frutal fresco abaunilhado e de não trazer nenhuma grande novidade, é possível compreender porque Una, lançado em 2012, funciona e porque as pessoas gostam tanto.

Pêssego na perfumaria é uma nota deveras artificial, doce a ponto de ser enjoativa, mas eu já devo ter dito isso em algum lugar. É preciso trabalhar bem para não se tornar aroma de produtos infantis. E apesar da abertura de Una ter esse aspecto de shampoo, ele não soa infantil, pelo contrário, tem seu apelo sedutor. Esse frutal caudaloso é intencional, e funciona no perfume inspiração de Una, Amor Amor (Cacharel).

Una abre com frutas docinhas e suculentas, especialmente o pêssego com toques de cassis (essa frutinha é universal, né?), em um suco bastante cremoso, já anunciando a baunilha quente que vem deixar todo mundo com fome de sobremesa. 

Uma ou outra frutinha vermelha caiu no meio desse suco, somado a um aspecto soapy praticamente invisível, que eu juro que existe, se prestar muita atenção (cê sabe, tem que ter ar de limpeza pra funcionar) que me lembra os sabonetes de frutas variadas que algumas marcas fazem. Uma tangerina passou correndo, mas já foi embora, veio apenas para realçar as frutas doces, já a pimenta não deu as caras.

O resto, meu bem, o resto é baunilha. Baunilha gourmand, quente, cremosa e frutada, sem flores chatas para atrapalhar a alegria do doce suculento, sem jasmim irritante aparecendo de surpresa no coração. Só doce e alegria. E linearidade, preciso dizer. 

Una é bom, tem bom desempenho e as pessoas elogiam. Precisa de mais alguma coisa?

Notas
Saída: tangerina, pêssego, cereja, cassis e pimenta rosa.
Coração rosa damascena, lírio-do-vale e magnólia.
Base: sândalo, almíscar e baunilha.

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