segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Omnia Coral, Bvlgari


Corais não são pedras mineirais como as demais usadas em joalheria, mas o exoesqueleto calcário de uma classe de cnidários chamada Anthozoa. Os corais normalmente utilizados são os de rica coloração vermelha. Seu alto valor de mercado e uso em adornos já era comum no século XVIII na China, no Mediterrâneo e em diversos outros lugares, e como todo material de alto valor agregado, sua exploração tem destruído recifes e causado previsões nada positivas sobre a existência desses animais no futuro. 


Seguindo a tradição, a Bvlgari dedica vários de seus perfumes a alguma gema especial, nada mais justo que trazer o coral para traduzir um perfume suculento e vibrante. 

Normalmente eu reclamaria de um perfume essencialmente floral-frutal, mas a linha Omnia sabe fazer muito bem os ditos cujos. Omnia Coral é um belo coquetel tropical, que abre vibrante, alegre, cheio de frutas frescas e doces, que não amagam em mim. Também não são pungentes, o que torna mais fácil usar em climas quentes.

Flores delicadinhas pairam sobre a saída, como nenúfar, ou a flor de Vitória-régia. É uma flor aquática, tem um fundo mais empoado, como toda flor, mas não é seca, nem atalcada. Ela se soma à frutas cheias de caldo, mais frescas do que açucaradas. Não é das minhas partes preferidas, mas em dez minutos ela já muda.

Bagas vermelhas dominam a fragrância, geladas, desprendendo caldo. Não amargam, não enjoam. No coração, um suco de hibisco aparece. Hibisco tem um quê de tempero, com um fundinho agridoce. Esse lado temperado é possível sentir em meio ao azedinho doce. O hibisco se junta às flores aquáticas e às frutas, até o final just ok da fragrância. 


Se me falassem que tem violetinha, eu acreditaria.

Coral é desses que a gente coloca uma flor no cabelo e sai por aí feliz da vida. Fácil e bem construído.

Notas
Saída: bergamota e goji berry.
Coração: vitória régia, hibisco e romã.
Base: almíscar e cedro da virgínia.

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