sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Imperialis Brasileira, L'Occitane Au Brésil


Na falta de palavras próprias para caracterizar os cheiros, quase sempre recorremos ao paladar. Mas quando falamos de madeiras, é o tato que melhor descreve a gama de sensações que essas notas podem trazer. 

Por que eu estou falando isso? Porque Imperialis Brasileira foi buscar na Bromélia Imperial a inspiração para seu aroma, mas foi do tronco de árvores que ela trouxe o resultado final.

É bem amadeirado, mas é uma madeira docinha, palatável, menos seca e mais macia. Se eu estivesse tocando essa parte da árvore, diria que ela não tem os veios ásperos, é lisa, polida. 

A madeira branca, lisa e doce, sobressai as flores. Chega a ser distinto do que tem no mercado atualmente, soa mais natural. Diferente da maioria dos amadeirados femininos e propícios ao nosso clima, Imperialis tem uma madeira semelhante à usada no Make B Africaníssima, claro que dadas as diferenças entre os dois perfumes.

Quem garante a doçura é a ameixa madura, mas diria que o perfume todo é bem redondinho, as notas não se distanciam umas das outras, soam como uma só sinfonia. O coração é mais polvoroso e se entrega para a base bem mais suave do que a saída.

Parece um passeio pelo Jardim Botânico de D. João VI, ou pelos jardins do Palácio Imperial de D. Pedro II.


Não é um perfume levinho. Tem boa duração, projeção ok. Não sei se teria um frasco, tenho a impressão que ele me enjoaria com o tempo. Mas preciso dizer que ele me surpreendeu positivamente. É um ótimo perfume.

Notas
Saída: pera, peônia, ameixa e noz-moscada.
Coração: íris, rosa e osmanthus.
Base: patchouli, amyris, almíscar, sândalo e âmbar.

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