sexta-feira, 31 de maio de 2019

Chantal Thomass, Chantal Thomass


Tal qual a marca de lingerie com campanhas provocativas e alto teor sexual que dá nome ao perfume, Chantal Thomass, de 2002, seguiu pelo mesmo caminho de provocar sem passar despercebido.

Licor de cereja e doce de cereja! Aquele doce forte, xaporoposo, viscoso, que escorre e enche o ambiente com seu aroma agudo e cheio de glicose, sensual e exótico, com algo terroso no meio que vou culpar o tomate aqui. Não se assustem, não há nada de molho de tomate, mas sim sua faceta natural, verde, terrosa e naturalmente adocicada. Essa cereja segue a linha da cereja docinha do La Petite Robe Noire. 

A maior beleza dele vem de amêndoas amargas - heliotrópio - que embebedam a íris, carona que ele pegou com o sucesso do Lolita Lempicka, digamos que um primo do Chantal Thomass.

Também me lembra o aroma doce do gelo seco usado em festas para causar aquele efeito nebuloso, deve ser por isso que Chantal me remete à noite e festas. Vou culpar a framboesa, porque realmente não sei qual das frutinhas artificiais causam esse efeito.

Enquanto as frutas abrem a saída fortemente doce, ao fundo quem sustenta são as flores roxas e oleosas. Discretas, contrastam o licoroso com o atalcado, o frutal aberto com o floral delicado, sem transformar o perfume em talco e amenizando o corpo do perfume.


Quando Chantal Thomass está perto do final, sobe algo achocolatado da pele, creio eu que venha do patchouli. É uma base lindona que arremata bem o perfume.

Notas
Saída: oxicoco, framboesa, cereja, tomate, maçã e folha de framboesa.
Coração: íris, violeta negra, flor de laranjeira, rosa vermelha, heliotrópio e petitgrain.
Base: âmbar, sândalo, patchouli e almíscar.

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