sexta-feira, 7 de junho de 2019

Ma Griffe Eau de Toilette - vintage, Carven


Carven lançou seu primeiro perfume em 1946, assim que a marca foi fundada, Ma Griffe. Um chipre de respeito, o perfume foi repaginado tanto na fórmula quanto na embalagem, tendo várias edições até a última, de 2013. Mas como a gente gosta mesmo é de futucar o passado, eu trago a resenha de um frasquinho do início de 1990, muito bem conservado ao longo dos anos. Porque tá frio e é hora de testar as bombinhas.

A saída é forte, é preciso pelo menos meia hora até todas as notas se assentarem. Ele logo te mostra que é atalcado, como todos os perfumes da década de 1940 e 1950, com forte presença aldeídica. 

Vou abrir um parêntese aqui, e notar que na segunda metade do século passado, o toque de limpeza/pureza que a perfumaria trazia se apoiava muito no assabonetado dos aldeídos, enquanto nas primeiras décadas do nosso século, essa pegada foi substituída pelo almíscar branco sintético, bem mais leve e fácil para o gosto do público atual.

Voltando ao perfume, o efeito assabonetado é contrastado por um verde terroso, amargo, forte, com um talquinho floral gostoso. Notas picantes e temperadas salpicam aqui e ali. 

O coração é mais equilibrado, se rendendo ao adocicado de alguma baunilha escondida no meio. Mas ele se mantém essencialmente verde, com forte presença do empoeirado musgo de carvalho, o amarguinho terroso do vetiver, e um talquinho floral clássico. Como todo bom chipre. Obviamente dura e projeta bem.

É interessante, mas não faz meu tipo, nem combina com minha idade. No futuro, quem sabe.

Notas
Saída: aldeídos, gardênia, notas verdes, assa-fétida, sálvia esclaréia e limão verdadeiro ou siciliano.
Coração: íris, flor de laranjeira, raíz de orris, jasmim, ylang ylang, lírio-do-vale e rosa.
Base: ládano, sândalo, canela, almíscar, benjoin, musgo de carvalho, vetiver e styrax.

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