sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Le Baiser Du Dragon, Cartier


Baiser du Dragon significa beijo do dragão. Um nome forte, para um perfume forte, de influências artísticas claramente inspiradas na China. O risco do conta gotas preto que corta o frasco alude aos olhos cor de âmbar da fera mitológica. Já era de se esperar que a fragrância seria um bicho bravo, mas eu imaginava algo mais fácil.

A saída, na primeira vez que provei, assustou um pouco, tem bastante vetiver, verde, amargo, atalcado, puxado para o lado masculino e para os perfumes vintages com a ajude de madeiras.

Mas não se deixe levar pela primeira impressão, dê um pouco de tempo ao Le Baiser. A fragrância camaleônica aos poucos mostra um lado pomposo do dragão, e mergulha o vetiver em licor de amêndoas. Bem doces, as amêndoas vão envolvendo o aroma com ares de bebida alcóolica, como Amaretto, e um toque melado.

Aí, meus amigos, aí vem o coração. E o coração é um encontro de amargor e doçura. Chocolate amargo, amêndoas doces e amargas, vetiver amargo, flores para consertar o caminho. Fica tão quente, licoroso e sedutor. As raízes são envolvidas por um aroma que me lembra mel. 

Posso senti-lo facilmente em pele masculina, combina com quem quer que tenha a personalidade certa para usá-lo. Apesar das notas gourmands, ele não tem nada a ver com o que estamos acostumados. Claramente um perfume para o inverno.


Foi lançado em 2003, para seguir a coleção de jóias com inspiração chinesa que a marca colocara no mercado. O responsável por imaginar um perfume que remetesse ao oriente foi Alberto Morillas. Tem gente que ama, tem gente que odeia, eu ainda não me decidi.

Notas
Saída: gardênia, amêndoa amarga, amaretto e néroli.
Coração: íris, almíscar, jasmim, cedro e rosa.
Base: âmbar, patchouli, benjoin, chocolate amargo, caramelo, vetiver e cedro.

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