sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Ultraviolet, Paco Rabanne


Ultraviolet nasceu em 1999, como um prelúdio para o novo milênio. Seguindo a onda futurista cheia de expectativas que vinha com os anos 2000, ele foi buscar em vários ingredientes sua nova identidade.

E devo dizer, conseguiu imprimir o que queria passar. Perfumão, único, marcante e poderoso. É diferente, até difícil de explicar comparando com demais.

Ultraviolet te entrega uma violeta forte e de personalidade, que curiosamente não vira talcão. Ela é fechada, com nuances secas e amadeiradas, vindas da pimenta e de madeiras. A pimenta equilibra a flor e traz um ar da perfumaria masculina, sem pesar. O toque doce fica por conta de um damasco suculento. As especiarias desfilam durante a evolução, aparecendo aqui e ali e sumindo depois, como a pimenta malagueta e as amêndoas delicadas.

Me remete à obras de ficção distópicas no futuro, com visual bem bacana, como Blade Runner ou os livros do Asimov. Ao mesmo tempo, acho-o atemporal.


Apesar de tantas notas, ele é único. Não é frutal, não é especiariado, não é floralzão, e mesmo assim é agradável. Perfumes únicos e bons têm feito falta ultimamente.

Notas
Saída: damasco, coentro, pimenta, amêndoa fresca, pimenta laranja, pimenta malagueta e pau-brasil.
Coração: osmanthus japonês, violeta, jasmim e rosa.
Base: âmbar, patchouli, baunilha e cedro.

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