Como esse perfume pôde passar despercebido por tanto tempo e por tanta gente, eu não sei. Lançado em 1984 pelo designer italiano, foi o primeiro perfume da marca a alcançar o mercado.
Abre se mostrando inteiro, opulento, licoroso, doce, escuro, denso, xaroposo, fino e ensolarado. Sim, é um perfume rico e complexo! Um floral branco com facetas bem pronunciadas de frutas doces e xaroposas, viscosas, escuras e noturas. Sua tuberosa não é animálica, mas doce e frutada, de uma forma encorpada.
Pela pirâmide, eu jamais pensaria que iria gostar dessa orquestra de notas, mas todas estão muito bem misturadas e arredondadas, nenhuma grita. Passados os minutos inciais, o toque polvoroso, ligeiramente verde e carnal das flores brancas e do jacinto aparecem, bem dosados por especiarias e esse acorde licoroso-frutado-melado que a tuberosa e a madressilva (Lonicera) trazem.
A base é resinosa e quente, mas quem domina mesmo é o floral doce e multifacetado.
Em climas mais amenos, é perfeitamente possível usá-lo mesmo para os menos chegados em perfumes vintages. Finíssimo!
Notas
Saída: coentro, tuberosa, flor de laranjeira, jasmim, jacinto, ylang ylang, lírio-do-vale e bergamota.
Coração: madressilva, cravo, tangerina, orquídea, raíz de orris, flor de laranjeira, rosa e narciso.
Base: sândalo, âmbar, almíscar, benjoin, civeta e cedro.
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