O Mojito é uma bebida latina a base de rum, limão, hortelã, açúcar e água com gás. Cuir Mojito, 2016, transforma o drink luminoso em uma experiência diferente. Não espere um perfume com cheiro álcool e limão, ou um cítrico convencional. O que temos aqui é algo baseado no couro, do começo ao fim.
Couro amargo, seco, estranho, quase animálico, bem diferente daquele comportadinho e domado que estamos acostumados. É lado avesso do material como tecido, a parte mais áspera. Ao mesmo tempo é bastante fresco e ardido (no bom sentido), graças ao hortelã e açafrão.
A saída assusta, é rústica, masculina, verde e bastante amarga. O couro aqui presente é deveras real. Temos um homem bebendo um drink ácido de limão, em um haras no meio de cavalos enquanto estão sendo selados com o estribo feito do material. Dos sapatos aos cintos, o cheiro de couro rústico e emborrachado perpassa todo o ambiente. Um aroma distante de terra e grama misturados surgem aqui e ali, dando seu tom verde. Posso sentir sua textura também, e ela é mais áspera.
No coração se torna menos cítrico. O couro amargo deixa sua agressividade de lado e se mostra mais calmo e adocicado. Tem algo esfumaçado e quase incensado que me parece ser o patchouli abraçado à violeta, minha parte preferida, e que poderia facilmente substituir também a saída.
Apesar do aspecto animálico, Cuir é dualmente fresco e bastante gelado, condizendo com o caráter refrescante da bebida. Não é um perfume fácil de gostar, definitivamente. Eu jamais usaria, tem muito couro para pouco perfume. E sinceramente conheço poucas pessoas que iriam gostar.
Preciso nem dizer que fixação e projeção são fortes, né?
Notas
Saída: limão tahiti, hortelã, rum, açafrão e grama.
Coração: lírio-do-vale, violeta, gerânio e patchouli.
Base: musgo de carvalho, couro, cashmeran e almíscar.
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