terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Uma Ovelha Pra Lá de Negra, quem disse, berenice?

Pimenta preta, esse tempero ora cítrico, ora amadeirado, ora apimentado, tipicamente ingrediente de perfume masculino. Especiaria utilizada à exaustão em perfumes ditos viris e pouco explorada nas prateleiras femininas. E aqui ela é assim, bem forte, bem chamativa, bem picante e acompanhada por umas gotinhas cítricas, pra completar a cara de colônia masculina. 

Por outro lado, temos a íris, delicada, com ares de limpeza, clara e bastante assabonetada. Esse contraste é bonito, tem personalidade, e se transforma em uma união limpa e provocativa ao mesmo tempo.

A limpeza da íris é complementada por almíscar limpo e o amadeirado da pimenta ganha toques de cedro. No meio desse contraste, surge um doce contido e quase invisível, bem agradável, e me pergunto se não mora uma baunilha escondida no meio. O coração é levemente mais polvoroso graças à rosa. 

O nome faz todo o sentido, a Ovelha Negra não usaria nenhum doce bonzinho, sabor de sobremesa fácil, ela foge dessas convenções, e parte para um ingrediente considerado difícil nos perfumes femininos. Por isso algumas pessoas torcem o nariz para Uma Ovelha pra lá de Negra, e é compreensível, mas ele merece atenção. 

Sobre as comparações com Infision de Iris, da Prada, elas param na íris, porque ele não tem essa pimenta aqui. Ponto para a qdb por criar algo relativamente novo, bonito e provocativo.

Notas
Saída: bergamota, tangerina e néroli
Coração: rosa, pimenta e íris.
Base: cedro, sândalo e almíscar.

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