quarta-feira, 26 de abril de 2017

Make B. Africaníssima, O Boticário


O louco do surto consumista é nos fazer querer aquilo que não precisamos, tipo quando acumulamos mais de 20 perfumes. Mas amantes da perfumaria não param nos 20, né? Nem nos 30, nem nos 40, e se a consciência bater um pouco, aos 70 a gente começa a se questionar se vai mesmo usar tudo aquilo. 

Aí vem o Boticário e lança, em 2016, esse frasco aí, que é o frasco mais lindo dentre todos os Make B. lançados, que já é uma linha bonita. Essa foto acima não faz jus ao dourado lindo do frasco.


Aparentemente minhas impressões foram um tanto diferentes de outras pessoas que provaram, mas saliento que minha pele pode ter sido a culpada. Normalmente concordo com as opiniões dos consumidores mais do que o que a marca diz, mas no caso desse Make B., senti algo mais próximo da descrição:

"No fundo da colônia está o segredo dessa fragrância única: a técnica Headspace Black Ebony que reproduz o aroma de uma madeira negra e densa considerada um dos diamantes africanos. Seu aroma marcante traz um leve toque de âmbar seco criando um aroma sedutor que representa o brilho da pele negra."

Na loja, pude sentir frutas suaves e cremosas com aquele quê boticarístico tradicional, com íris discreta, menos atalcada do que eu esperava, apenas delicada. Na segunda chance, em um dia quente, o que sobressaiu na pele foram as madeiras. Muitas madeiras, mas madeiras doces, não aquelas secas e fechadas. Com um tico de especiarias e bastante cardamomo, que adoça sem apelar para baunilhas e derivados. Essas madeiras especiariadas estão presentes do começo ao fim, dando um tom compartilhável a ele. Sabe aquela coisa doce, picante e amarga de temperos? Então, mas tudo bem feitinho.

Ao contrário de muita gente que sentiu as frutas frescas e tropicais como acorde principal, o que eu senti foi um destacadíssimo amadeirado adocicado, bem exótico, bem diferente, e bem a cara de algo com referências africanas. No fundo, um pouco de almíscar-conforto para equilibrar, mas sem pesar a mão.

Não faz exatamente meu tipo, não me conquistou de primeira, mas achei curioso, exótico, fino e ainda estou cobiçando muito, por causa do surto consumista.

Notas
Saída: frutas tropicais, curcuma, cardamomo e açafrão.
Coração: íris, peônia, noz-moscada e pimenta preta.
Base: âmbar, árvore de ébano e almíscar

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