segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Nº5 L'Eau, Chanel


Como traduzir um clássico pesado e excêntrico, que a atual geração que não quer nem saber dele, em algo usável e vendável?

Para a Chanel, reduzindo a força do clássico a doses homeopáticas de aldeídos na nova versão aguada e cítrica de Nº5, com almíscares limpos, adstringentes e suaves, e bergamotas frescas e aquosas na saída. Chanel L'Eau, de 2016, é comportadinho, todo trabalhado nos acordes cítricos e frescos com um fundo que te lembra de quem ele é neto, mantendo a classe da família. 

No coração, o combo de TODA versão L'Eau que já falei tanto aqui: rosa + flor de laranjeira/neroli, dessa vez com ylang ylang. O atalcado do tradicional se mantém, bem mais contido. Bem feitinho, gostosinho, facilmente usável.

Sem muita evolução, N°5 L'Eau não traz nenhuma novidade ou emoção, é um atalcado clássico que chega às lojas por um valor bem superior ao que é apresentado. Aí jaz o problema de vários perfumes que tentam atingir o já saturado mercado. São caros demais para uma faixa etária que não gasta valores exorbitantes em um único frasco, especialmente um que não vai chamar a atenção em uma balada, uma festa ou um encontro. Quem, do grande público, paga mais de 700 reais (!!!) por 50 ml de um perfume que não exala, não faz diferença, não dura muito? Sorte das casas (ainda) terem renome. 


Não me leve à mal caso você goste dele, é um perfume muito bom, e não foi feito para ter a potência do original, indeed. É facilmente usável, romântico e eu teria, não fosse o preço fora da realidade e a decepção com uma casa que tem capacidade (e cacife) para lançar algo menos apático.

Ah, e esse frasco transparente é LINDO!

Notas
Saída: limão verdadeiro ou siciliano, tangerina, laranja, néroli, aldeídos, bergamota e limão tahiti. 
Coração: rosa de maio, jasmim e ylang-ylang.
Base: cedro, almíscar branco, baunilha e raíz de orris.

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