segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Poison, Dior


Se há algo verdadeiramente intoxicante e obscuro, são as flores noturnas cujo aroma se espalha por toda a rua onde crescem, pelos jardins e pelo olfato dos animais notívagos que se alimentam de seu néctar. Flores brancas são a melhor proposta para falar de algo perigoso e sedutor. Perigoso porque elas realmente possuem aroma intoxicante, obscuro, às vezes fúnebre, e ao mesmo tempo sexual.

Poison é trabalhado em uma tuberosa noturna e sufocante. E por sufocante, eu falo de algo literal. É preciso gostar da flor para encarar o bicho, porque ela é a rainha da noite. Seu aroma polvoroso é adocicado por frutas doces e escuras, especialmente a ameixa suculenta, por resinas e incensos exóticos, por um doce narcótico e carnal.

O incenso é proeminente e abraça a ameixa, evitando que ela caia no aroma de shampoo. As especiarias complementam o tom esfumaçado com os pés no oriental e casam perfeitamente com as flores brancas.


Enquanto sua tuberosa é selvagem e seu fundo é doce, tudo funciona na mais perfeita harmonia, sem saltar nenhuma nota, sem fases desconexas. O porém é que esse jardim noturno não é para o meu nariz, suas flores me sufocam, me fazem buscar desesperadamente seu fim e suas notas frutais e incensadas pra me agarrar, pra me livrar de seu aroma, mas não funciona. Poison é pros fortes, e nesse passeio noturno eu me perdi logo na entrada.

frasco dos anos 2000
Essa bomba é filha do ano de 1985, passou por diversas reformulações e formatos diferentes de frascos, bem como anúncios criativos ao longo de 30 anos, continuando um clássico.

Notas
Saída: coentro, ameixa, bagas silvestres, anis e pau-brasil. 
Coração: cravo, jasmim, flor de laranjeira africana, tuberosa, opoponax, canela, incenso, rosa e mel branco. 
Base: vetiver, almíscar, sândalo, cedro da virgínia, âmbar, baunilha e heliotrópio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário