sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Raghba, Lattafa


Precisamos falar sobre o Raghba.

Precisamos falar sobre sua baunilha quentíssima, bastante doce sem cair na baunilha bobinha. Aqui ela é de gente grande, rodeada por resinas ambaradas e dançantes, com uma curiosa efervecência no meio, que ainda estou tentando descobrir se vem do âmbar meio caramelizado com notas de açúcar, que se mostra derretido em calda, levemente queimado, diferente do açúcar per se que normalmente aparece para adoçar frutas.

O oud não é agressivo, é tranquilo, em paz com a baunilha quente, rodeado de incenso resinoso, que se revela aos poucos, não dá as cartas logo na saída.

O coração é menos ambarado, de texura menos resinosa e mais esfumaçada. A fase incensada tem mais proeminência aqui. Posso sentir almíscar na base, bem discreto, vindo equilibrar as notas mais fortes. Aliás, é difícil dizer o que não é forte nele, porque sua cor escura denuncia a concentração alta, projeção e duração longas. 

Por outro lado, o oud não agride os mais sensíveis à nota, tornando Raghba uma opção fácil para os menos chegados em perfumaria árabe, especialmente pelo doce acentuado característico.


Docinho, um abuso de gostoso. Quero um frasco grande loucamente.

Notas:
oud, almíscar, baunilha, açúcar, sândalo e incenso.

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