segunda-feira, 23 de julho de 2018

Alaïa Blanche, Alaïa Paris


O Alaïa tradicional, de frasco preto, é meio assustador. Tem muito couro, áspero e amargo, cheira a estábuo na minha pele. E tem, ironicamente, um toque chique. Sim, estábulo chique, é o que eu estou tentando falar.

O Alaïa Blanche (2016) é realmente uma versão "blanche" dele. Não tem nada desse amargor animálico esquisito, mas é possível notar na saída algumas nuances semelhantes ao anterior. Está ali, para quem quiser sentir, um toque fino, do que um dia foi muito couro. 

Mas ele é bem diferente do seu irmão. No meio desse DNA que os Alaïas carregam, tem um talquinho delicado (quem já sentiu o Valentina Poudre vai notar que são muito parecidos) junto a um acorde que nós conhecemos tão bem e amamos: aquela baunilha com cheiro de massinha e licor de amêndoas. Sim! A mesma baunilha amendoada do Hypnotic Poison.

Claro que aqui ela não grita, nem é excessivamente doce como no HP, estamos falando de um perfume mais redondinho e menos exagerado, mas são bem semelhantes nessa nota, por isso ele não fica só mais um perfume atalcado.

Sinto também uma pegada meio salgada, meio mineral nele.

O coração de Alaïa Blanche é mais cremoso e domado. Mais sério e maduro também. Passaram algumas flores, algum acorde mineral e a baunilha. Finíssimo para os rolês e festas de fim de ano.

A projeção é boa. Não grita, mas fala alto. Se eu tivesse que definir Alaïa Blanche, eu diria que ele é diferente e igual a tantos outros. Deixo vocês decidirem o que acham.


Notas:
flores brancas, baunilha, notas solares, almíscar e notas atalcadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário