sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Féerie, Van Cleef & Arpels


Há alguns anos, vasculhando blogs de resenhas, encontrei o frasco de perfume mais interessante que já vi. O azul profundo, o lapidado brilhante e a fada no topo pareciam guardar um líquido precioso, místico, noturno e sedutor em suas formas faericas, lançado em 2008.

Lendo resenhas, minhas expectativas foram caindo. Frutal docinho, levinho, simplezinho, todas diziam. Me pouparam gastar mais de R$300 às escuras só pelo caro frasco. Eis que, depois de muitos anos, experimentei o cobiçado Féerie.

E não é que ele realmente é diferente do que eu esperava? Um frutal simples, agradável, um pouco fresco, um pouco empoado, mas diretamente vindo da polpa da fruta. Pela primeira vez senti cassis com cheiro de xarope de groselha, não aquele cassis mais caudaloso. Apenas o doce forte da groselha xaroposa que me lembra a parte alegre da infância, embalado por uma violeta fresca. 

A violeta brinca na minha pele. Às vezes deixa o frutal tomar conta, às vezes aparece com vigor, bastante assabonetada, como se Féerie fosse o mais delicioso sabonete de frutas. Todas as flores que compõem Féerie puxam o aroma para o lado saponáceo.

No geral é linear, gostoso e agrada os fãs de frutais florais, mas não tem nada de arrebatador como o frasco indica. Aroma de sobremesa de groselha, sorvete, raspadinha ou drinks feitos da bebida, sobre uma deliciosa base de sabonete fino e cremoso.


O frasco é uma jóia, né?

Notas
Saída: cassis, violeta, tangerina italiana e bagas vermelhas.
Coração: rosa búlgara e jasmim egípcio.
Base: íris e vetiver.

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