segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Trouble, Boucheron


Por muitos anos, guardei uma miniatura do Trouble como se fosse o último exemplar de ouro do mundo. Há anos é meu perfume preferido, e mesmo tendo um frasco grande agora, ainda guardo aquela miniatura com muito carinho. 

Trouble não é complexo, é simples. Não é diferente, é bom. É sensual, quente, mistura de aromas doces prontos para seduzir o alvo. Não tem erro, se você quer um perfume para agradar outra pessoa, ele é a escolha ideal. É difícil não gostar dessa coisa linda.

A saída te entrega uma nota que não consta na pirâmide, mas claramente enfeita a criança: baunilha. Escura, melada, calculadamente despejada ali. Quente. Sobre um aroma que me lembra uma torta recém saída do forno, às vezes aroma de panetone com frutas cristalizadas. Esse aspecto de tortinha vem da Giesta, ou flor-de-tintureiro. É quase um gourmand, mas é muito melhor que isso.

Repousam sobre uma base quente de âmbar, cortada por toques cítricos que enfatizam o calor da resina. Âmbar e baunilha se entrelaçam na pele, como se nenhuma roupa vestisse tão bem quanto o aroma sedutor de quem usa. Não por acaso o frasco alude a um rubi precioso guardado por serpentes com olhos de esmeralda.


O coração traz uma jasmim mais séria, com aspecto mais carnal. Particularmente não gosto dessa flor ali, mas entendo o que se pretende com ela. Todas as notas são claramente sentidas, até no drydown, quando o cedro faz o que ele tem que fazer em todos os perfumes que trazem essa mistura na base.


Já conheci muitos, muitos perfumes. De preços e marcas variados, de estilos diferentes e bem exclusivos, mas Trouble continua um caso de amor difícil de ser superado. Infelizmente foi descontinuado, adoraria ver alguma marca nacional "se inspirando" livremente nele.

Notas
Saída: giesta e limão.
Coração: jasmim.
Base: âmbar e cedro.

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