segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Obsession, Calvin Klein


Obssession, lançado em 1985, não é mais um ame-ou-odeie da perfumaria. Ele passou dessa linha há tempos, porque, preciso dizer, ele é difícil. 

A cor âmbar escura já denuncia: Obsession é uma bomba oriental. Provavelmente um dos perfumes mais fortes, duradouros e com rastro monstruoso ainda no mercado.

A saída já joga na sua cara quilos de especiarias, principalmente canela. Canela doce e quente. Com âmbar doce e quente.

Pra contrabalancear, tons animalicos tingem a fragrância, bem perceptíveis. Um dos motivos para muita gente não gostar é justamente essa civeta forte, que torna ele carnal, visceral, masculino. 

Some essas notas de entranhas animais com bastante incenso. Dá pra visualizar como o bendito tem cheiro de barbearia chic nos anos 50? Ou de um salão de jogos para pessoas de fino trato? Sim, é datadíssimo, meio místico, meio loja de incensos indianos, com muitas notas, difíceis de distinguir. E é doce, mas um doce temperado e incensado. Belíssimo âmbar.

Curiosamente, há um tom leitoso nele, vindo do sândalo.

Bravo, sem gênero definido, com notas masculinas e femininas, muitas faces e absolutamente todas elas extremamente fortes, do tipo que se usa um spray só, sendo provavelmente o perfume mais potente ainda encontrado facilmente à venda. É impossível usá-lo em um dia que não esteja frio.


Se continuarmos no atual rítmo de lançamentos iguais, essa personalidade toda só será encontrada uma vez a cada dez ou quinze anos na perfumaria. Guardo um frasquinho com carinho, parece uma viagem no tempo, mas é o perfume que mais sinto dificuldade em usar.

Notas
Saída: notas verdes, tangerina, baunilha, pêssego, manjericão, bergamota e limão verdadeiro ou siciliano.
Coração: especiarias, coentro, sândalo, flor de laranjeira, jasmim, musgo de carvalho, cedro e rosa.
Base: âmbar, almíscar, civeta, baunilha, vetiver e incenso.

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